Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

17
Mai 15

Vejo-te partir,

Sem o sentir,

Vejo-te partir…

E faltam-me as palavras para te acompanhar,

Para te fazerem sorrir,

E voares como os pássaros da minha infância,

Vejo-te partir,

Na ausência,

De nunca,

De nunca regressares,

Ao meu livro,

Ao meu poema,

 

Vejo-te partir da minha poesia…

Como uma fera,

Ou uma pena,

 

Enquanto desce a noite sobre os teus ombros de pó.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Domingo, 17 de Maio de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 18:46

16
Mai 15

Sinto nestas palavras

O tecto nocturno do sofrimento,

Uma sombra de luz,

Sobre ti,

Acariciando o teu corpo

Inventado por mim,

E mesmo assim,

Não estou feliz,

Não me apetece olhar o rio,

Nem os socalcos desesperados,

Ler, escrever ou desenhar,

Sobre ti,

O corpo emagrecido das tempestades de silêncio,

Voas como uma invisível folha,

Sem asas,

Nem… palavras,

Eu,

Sinto nestas palavras

A ardósia tarde da loucura,

Estranhamente… só,

Sempre só,

O vento,

E a chuva,

O medo,

E a paixão,

Escondidos no coração do amor…

Sem sonhos,

Sem… sem Nação!

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sábado, 16 de Maio de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 18:22

Falta-me qualquer coisa,

Sem razão,

Acredito na morte do amor

E da paixão,

Dos pássaros

E do cacimbo,

Pego melodicamente no meu cachimbo,

Sabes, meu querido…

O amor é uma “merda”,

Uma farsa

E uma mentira de trapos,

Como o nosso olhar

 

Em dias de transeuntes embriagados,

Descendo a Calçada

E fundeados no rio,

Gritam,

Gritam pela liberdade do corpo,

Gritam pela ambiguidade dos beijos

E das caravelas em flor,

O imperfeito,

Amor,

Paixão,

Deslumbramento,

Enterro

 

E…

E a separação,

Madrugadas em papel,

As milícias do cansaço

Subindo as escadas da tristeza,

Penso,

E acredito,

Não aguento mais…

Não sinto as palavras

Nem percebo os teus desenhos no espelho do meu quarto,

Não tenho janelas, em mim,

Meu amor invisível…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sábado, 16 de Maio de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:15

15
Mai 15

Fujo de ti,

Transformo-me em cinza

Ao anoitecer

Sem perceber

Que na minha mão

Morre,

Um cigarro,

A arder,

Fujo de ti

E sei que da noite apenas regressam as sombras

E o cheiro do capim,

Entre sílabas e imagens,

 

Entre barcos

E

E náufragos sem identidade,

Ignoro-me

E fujo,

Como fogem os lírios em cada pôr-do-sol,

Como fogem os corações em cada solstício,

Perdi-me,

 

E fujo.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sexta-feira, 15 de Maio de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:28

14
Mai 15

Nas horas

Das horas

O dia em morte lenta

Esvoaça-se pela sombra do infinito adeus

Uma mão assombrada

Acena

Grita

Chora…

Nas horas

Das horas

Regressa a noite

Sem hora

Nem nome

Para ser recordada…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Quinta-feira, 14 de Maio de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:13

13
Mai 15

Há-de nascer nos teus lábios

A madrugada em papel

Com desenhos em lágrimas de silêncio

Depois

Descerá a Lua

E todas as estrelas de sorriso monótono…

Sobre ti

Com o perfume do desejo

Suspenso na tarde húmida do teu corpo

Há-de nascer

Um dia

Uma noite,

 

Qualquer

Indivisa

Sem fim

Nos parêntesis da paixão,

 

Há-de nascer

Sobre ti

E em ti

O poema abandonado

E esquecido

Que o poeta escreveu

Antes

De acordar

Em ti

E sobre ti

Há-de…

Crescer na tua mão,

 

E só com a morte irá partir!

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Quarta-feira, 13 de Maio de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:46

12
Mai 15

Podíamos navegar na tempestade do sonho

Quando todas as nuvens dormiam

Quando todas as palavras

Em uníssono

Sussurravam nas pálpebras laminadas do medo

Eu… eu amo-te

Amar uma pedra

Com sentimentos

E da dor

As ingrimes escadas do cansaço

Não pertenço a este Rio

Não és o espelho do meu sorriso

Narciso escrito

Nas frestas do xisto amargurado

As gaivotas

Regressam

E em uníssono…

Eu amo-te

Pensavas tu

Pensava eu

Não sei

Quem sou

Quem és

Ontem

Ontem

Enquanto borbulhavam as sílabas do prazer

O livro que se lê

E vê

O corpo nu sobre o poema

E dou-me conta que faltam as personagens

O cenário

E o texto

E tu…

 

Eu.. eu amo-te

 

A Astronomia

A Física

E o teu corpo

Nu

Pensava eu

À janela

Podíamos desenhar no Tejo

Todas as crianças do Universo

E não

Nem crianças

Nem palavras

Na despedida.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Terça-feira, 12 de Maio de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 23:04

NAO2c.jpg

 

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publicado por Francisco Luís Fontinha às 18:13

11
Mai 15

Perdidamente só

Nos corredores da esperança

Acreditar

Sabendo que a mentira

É a verdade

De ser

E sentir

As correntes do desassossego

A melancólica palavra

Nos teus lábios

Ensanguentados de sílabas

E de orgasmos

Literariamente

Infinitos

Perdi os sonhos

E a vontade de desenhar o teu corpo

No meu corpo

Escrevo

Sem saber o que escrevo

O que sinto

Não sentido

A mentira

Transformada em verdade

Cerro os olhos

E acredito nas pálpebras de estanho

Que a madrugada constrói no teu olhar

E não consigo transpor o cortinado do sofrimento

Perdidamente só

Enquanto a montanha se abraça no medo

O papel fumado

Ardido

Consumido pela tempestade

Dos tormentosos alfinetes da sanidade mental

A loucura

Travestida de mulher

Escondida nas catacumbas da solidão

O que sinto

Não sentido

A mentira

Transformada em verdade

Cerro os olhos

E vejo-te deitado num caixão…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Segunda-feira, 11 de Maio de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:42

10
Mai 15

Tínhamos na enxada do silêncio

A esperança de uma nova madrugada

Ouvíamos todas as noites

O ranger do xisto contra os corações de sombra

E ninguém percebia

Que aquele

O rio

Que aquela

A cidade

Pertenciam-nos

Como crianças

Brincando

Sem destino

Ou vaidade

Como sonâmbulos de pedra

Dormindo

Num qualquer jardim

Entre beijos

Abraços

E palavras sem fim

Tínhamos na enxada do silêncio

A vergonha do cansaço

Porque habitava na noite um barco de sémen

Descendo pausadamente

A Calçada

E morria

E morria

Junto ao teu corpo

E morria

Enquanto te abraçavas às estátuas da solidão

Que caminhavam

Caminhavam

Que caminhavam na tua mão…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Domingo, 10 de Maio de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 18:52

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