Perdidamente só
Nos corredores da esperança
Acreditar
Sabendo que a mentira
É a verdade
De ser
E sentir
As correntes do desassossego
A melancólica palavra
Nos teus lábios
Ensanguentados de sílabas
E de orgasmos
Literariamente
Infinitos
Perdi os sonhos
E a vontade de desenhar o teu corpo
No meu corpo
Escrevo
Sem saber o que escrevo
O que sinto
Não sentido
A mentira
Transformada em verdade
Cerro os olhos
E acredito nas pálpebras de estanho
Que a madrugada constrói no teu olhar
E não consigo transpor o cortinado do sofrimento
Perdidamente só
Enquanto a montanha se abraça no medo
O papel fumado
Ardido
Consumido pela tempestade
Dos tormentosos alfinetes da sanidade mental
A loucura
Travestida de mulher
Escondida nas catacumbas da solidão
O que sinto
Não sentido
A mentira
Transformada em verdade
Cerro os olhos
E vejo-te deitado num caixão…
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 11 de Maio de 2015