Quanto tempo
Tempo algum
Sobre o corpo nu,
O cadáver de rocha fendilhada
Descendo as escadas do tempo
Quanto tempo
Tempo algum
Sobre o corpo nu
Acorrentado na madrugada,
Não o sei,
Nunca o saberei,
Quanto tempo
Esta janela encerrada
De cortinados enfartados
Das palavras
Minhas
Que o tempo
Alimenta
Quanto tempo
Este tempo
Demora a entranhar-se na minha janela
Sem vidros
Sem ementa,
Quanto tempo
No tempo
Que nunca sonhei…
Quanto tempo
O tempo
Sobre o corpo nu,
No corpo que inventei!
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 5 de Junho de 2015