Não quero escrever
Nada
Mas necessito de escrever
Para me sentir vivo
Viver
Não ter
Palavras
Sonhos
Nem desenhos ou destino
Noite
O dia
Deixaram de existir…
O corpo não sente
Os livros
Os sons melódicos do cansaço,
O corpo é um vazio
Sangrento
Talhado em fios de sombra
Quando o luar dorme
E as estrelas dançam
Brincam…
O corpo não sente
Os livros
Os sons melódicos do cansaço,
Mas aos poucos
O corpo
É vencido pelas metáforas da insónia,
E o corpo é cinza
Nata
Prata
Cinzeiro em pedra
Com lágrimas
Sem lágrimas…
Não quero escrever
Nada
Nada…
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 18 de Junho de 2015