Este silêncio na morte do cansaço,
Os vampiros das geadas nocturnas sem identidade,
Oceanos em metamorfose cilíndrica,
Flores rebeldes passeando junto ao rio,
É isto a vida?
A liberdade…
É esta a minha cidade?
Onde habita a madrugada
Que brincava no meu olhar?
É este o rochedo do meu mar…
Sem barcos para conversar,
Sem portos para aportar,
Oceanos em metamorfose cilíndrica,
Árvores caducas
Agachadas na sombra púrpura da solidão,
A liberdade…
A vida disfarçada de livro poeirento
Numa qualquer janela,
Esperando o regresso do vento,
Esperando os apitos da triste caravela,
A liberdade…
Não poisará mais neste Oceano de espuma,
Sem palavras,
Sem cordas onde se agarrar…
A vida fingida de um esqueleto de néon.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 17 de Julho de 2015