Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

14
Ago 15

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 Para os meus Pais com amor...

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:15

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(desenho de Francisco Luís Fontinha)

 

Sinto a voz dos teus medos

Entranhada no meu peito rochoso,

Pareço o mar

Cansado de sonhar,

E levo nos ombros os barcos do entardecer,

Quando me sinto triste, tão triste de não escrever,

Tão triste de não te amar…

Restam-me as tuas mãos invisíveis no meu rosto,

Em lágrimas,

Entre as sombras das flores desenhadas

No teu corpo negro que apenas consola a solidão,

Sou um homem esculpido no coração da noite,

Não tenho futuro,

Não tenho a ambição de dormir sobre as tuas coxas abraçadas ao vento,

Mas quero tocar no luar,

Atravessar a ponte sobre a cidade do teu quarto,

Onde habitas, como uma andorinha sem sítio para poisar,

Rochoso,

Deambulas na minha escuridão,

Sofres, e amas… todas as pedras da calçada,

Estátua,

Canção entre poeira e árvores caducas,

Em lágrimas,

“Entre as sombras das flores desenhadas

No teu corpo negro que apenas consola a solidão”,

Descalça, cansada do meu olhar,

Não tenho tempo para sofrer,

Nem chorar…

Sinto a voz dos teus medos

Entranhada no meu peito rochoso,

Espero o acordar do amanhecer,

Sentado em frente ao espelho…

Não vens,

Sei que nunca mais regressarás aos meus braços,

Como este poema rasgado

E lançado no abismo da paixão…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sexta-feira, 14 de Agosto de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:15

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 (Francisco Luís Fontinha)

 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 12:00

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(Francisco Luís Fontinha – 14/08/2015)

 

Nunca me disseste onde aprisionaste os teus olhos cinzentos,

Permaneço um farrapo dançando ao som do vento,

São tão tristes as noites, meu amor…

 

Pareço um veleiro acorrentado às fotografias de ontem,

Olho-me de espingarda ao tiracolo da minha sombra,

Tenho balas em cartão,

Beijos floridos fundeados no teu coração…

 

E sinto-me contente porque fumo, bebo… respiro o perfume da tua ausência,

 

Não existe em mim a solidão,

O medo…

E as belas âncoras dos teus seios gritando…

Saudade,

 

Escrevendo no meu corpo…

Amo-te,

 

Desenhando nos meus braços,

 

A cidade.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sexta-feira, 14 de Agosto de 2015

 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:37

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