Não tenho tempo
Para desenhar lágrimas no meu rosto cansado,
Não tenho tempo
Para folhear os álbuns de fotografias…
Esquecidos sobre uma secretária,
Que mais parecem um cemitério, umas mortas, outras perdidas,
Outras… vivas quase mortas,
Gente anónima,
Sem tempo para conversar,
Não,
Não tenho tempo
Para o amor
E esculpir a paixão na madrugada,
Não tenho tempo para construir sonhos
Que acabam sempre por ruir…
Não tenho tempo
Para imaginar-me dentro de um espelho,
Triste,
Derrotado pela força do vento,
Não tenho tempo
Para ninguém…
Apenas estou aqui,
Sentado,
A olhar o meu relógio parado…
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 17 de Agosto de 2015