(desenho de Francisco Luís Fontinha – Setembro/2015)
Esta cadeira onde te recordo
Acorrenta-me aos sonhos da noite escura,
Sobre a mesa-de-cabeceira… o livro que emagrece o teu corpo nas lâmpadas incandescentes do desejo,
Minto-te, meu amor,
Como te minto quando digo que sou filho da noite…
Não, não meu amor,
Não,
Não existe noite
E tão pouco sou filho dela,
Sabes disso meu querido,
Sabes disso…
Que amanhã recordar-te-ei como um pedestal em movimento,
Uma orquestra vagueando sobre o balcão de um bar…
Sabes disso meu querido,
Algumas pedras e gelo…
E um beijo nas velas de um veleiro,
Esperam que esta cadeira se sente…
Que esta cadeira se sente no meu colo,
E me beije…
Como beijam os vampiros da noite escura.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 9 de Setembro de 2015