Oiço a madrasta voz da clarabóia em flor,
Sento-me sobre o fio da saudade,
Sinto-te nos meus braços… em cúbicas madrugadas,
Imagino os teus beijos flutuando na cidade,
Sinto nos meus braços o cansaço do amor
E a equação da liberdade,
Amanhã não haverá barcos enforcados,
Amanhã não haverá marés amordaçadas…
Oiço a madrasta voz da clarabóia em flor…
Entranhada nos poemas degolados
Pela caligrafia invisível do silêncio amanhecer,
Apaixonada?
Não… não há paixão neste corpo a arder
Nem fogueira neste peito desolado,
Amanhã haverá um esqueleto prensado,
Amanhã haverá uma mão no teu rosto espelhado…
Com medo de sofrer,
Com medo de partir para a longínqua noite das palavras por escrever.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 14 de Setembro de 2015