(Fontinha – Setembro/2015)
Transposta matriz do teu olhar
Nas catacumbas da solidão,
Cresço sobre o teu corpo,
Transporto-me para os teus lábios de Outono inventado por um louco,
E de mim,
O susto coração de ébano…
Sinto as tuas mãos embriagadas,
Sinto os teus braços acorrentados à madrugada,
Sem iluminação,
Sem nada,
A matriz da paixão,
Dorme docemente na ardósia da solidão,
Cansaço este nas avenidas triangulares do sexo,
Que esta cidade engole,
E come,
E cresço, e cresço sobre ti,
Dançando,
Chorando…
Rindo,
Porque não?
O riso da paixão,
O silêncio do amor quando o amor é uma noite sem destino,
O menino,
Ele,
Cinzento como a ferrugem do prazer,
Não o sei,
Se saberei ler,
Ou… ou escrever,
No teu corpo,
Abandonado…
Francisco Luís Fontinha – Alijó
sábado, 26 de Setembro de 2015