Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

16
Set 15

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Francisco Luís Fontinha - Setembro/2015

 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:06

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(Francisco Luís Fontinha – Setembro/2015)

 

As parcas palavras do meu corpo

Saciando-se na neblina incendiada pelo teu desejo,

Um coração que arde sem perceber que o amor é uma equação sem solução,

Uma folha de papel quadriculado deitada sobre as lâminas do sofrimento,

No chão…

O cansaço do beijo quando os teus lábios fogem e não regressam mais…

Aos meus lábios aprisionados a este cais,

A este inferno,

A cidade fervilha quando acorda a noite,

O teu corpo dorme quando acorda o meu silêncio infinito em direcção ao luar,

E não sabemos se os abraços são sonhos

Ou espelhos quebrados,

 

E não sabemos se o mar é o nosso mar

Ou se este mar é o enforcado sémen nas manhãs de Inverno…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Quarta-feira, 16 de Setembro de 2015

 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 18:22

 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 12:53

15
Set 15

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(Francisco Luís Fontinha – Setembro/2015)

 

Tão frágil, meu amor, o teu sorriso de vidro fumado,

Tão frágil o teu silêncio antes de acordar a madrugada,

Os pássaros e as flores,

E a cidade dorme nos lençóis do cansaço,

Sem saber, meu amor, sem saber que no meu corpo habita um planeta sem nome…

Que ama.

Tem desejo,

E fome…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Terça-feira, 15 de Setembro de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:02

14
Set 15

Oiço a madrasta voz da clarabóia em flor,

Sento-me sobre o fio da saudade,

Sinto-te nos meus braços… em cúbicas madrugadas,

Imagino os teus beijos flutuando na cidade,

Sinto nos meus braços o cansaço do amor

E a equação da liberdade,

Amanhã não haverá barcos enforcados,

Amanhã não haverá marés amordaçadas…

Oiço a madrasta voz da clarabóia em flor…

Entranhada nos poemas degolados

Pela caligrafia invisível do silêncio amanhecer,

Apaixonada?

Não… não há paixão neste corpo a arder

Nem fogueira neste peito desolado,

Amanhã haverá um esqueleto prensado,

Amanhã haverá uma mão no teu rosto espelhado…

Com medo de sofrer,

Com medo de partir para a longínqua noite das palavras por escrever.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Segunda-feira, 14 de Setembro de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:13

13
Set 15

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Francisco Luís Fontinha - Setembro/2015
publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:16

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(desenho de Francisco Luís Fontinha – Setembro/2015)

 

Escondo nas tuas pálpebras o meu beijo de pergaminho solar,

Acendo o dia ligando o interruptor do sonho,

Danço sobre ti inventado cubos negros, sem porta de entrada,

Sem janelas…

Sem madrugada,

Escrevo-te sabendo que estás morta,

Que caminhas sobre a areia luminosa da manhã,

Que me abraças sabendo eu que nunca me abraçaste,

Olhaste…

Ou.. ou me hipnotizaste entre quatro cadeiras velhas em madeira,

Estou aqui, eu e eu, dois cadáveres sem rumo,

Apaixonados pelo silêncio,

Escondo nas tuas pálpebras a minha língua que acaricia a tua solidão,

Não tenhas medo, meu beijo de pergaminho solar…

Não tenhas medo da cidade, dos homens da cidade, e das sombras da cidade,

Imagino-te subindo a montanha do desejo,

Trazes em ti o medo de amar,

Transportas as tulipas em papel que nos esperam num quarto de pensão,

Poisa-las sobre a mesa-de-cabeceira,

Olhas-me,

Sentas-te na cama…

E beijas-me como se eu fosse uma sílaba embriagada descendo uma qualquer calçada,

Amanhã, amanhã meu beijo de pergaminho solar,

Amanhã estaremos sentados nos rochedos dos Oceanos prateados,

Tão velhos, meu beijo de pergaminho solar, tão velhos que adormecemos como dois pássaros, sem idade, como dois pássaros entranhados no luar,

Amanhã, amanhã olhas-me,

Dizes que não me conheces,

Que eu sou um desenho louco,

Um palhaço sem Pátria,

Como sem Pátria são todos os beijos de pergaminho solar…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Domingo, 13 de Setembro de 2015

 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 18:45

12
Set 15

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Francisco Luís Fontinha - Setembro/2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:50

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(Francisco Luis Fontinha – Setembro/2015)

 

Há uma invisível incógnita

Na equação da paixão,

Um silenciado olhar enforcado na minha boca,

O luar saciando-se nos meus lábios…

E tu… e tu gritando como uma louca,

 

Dessa maldita equação

Sobejaram as lâmpadas ofuscadas pelo cansaço,

Um brilho de noite agachada na calçada,

O homem da bangala tropeçando no abismo

Que acorrenta a madrugada,

 

Há uma invisível incógnita

Na minha desalojada mão,

Os ossos apodrecidos,

Em pó…

Em busca dos poemas mendigos,

 

Os amigos,

Ausentes deste papel quadriculado em brasa,

Os cigarros “fodidos”…

No cinzeiro roubado na Feira da Ladra,

E uma vez mais… em busca dos poemas mendigos,

 

Rasgados ventres nas amoreiras em flor,

Sabotando o corpo nas cordas do sofrimento,

Há uma invisível incógnita na equação da paixão…

Morta,

Alicerçada no meu coração.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sexta-feira, 11 de Setembro de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:41

11
Set 15

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Francisco Luís Fontinha - Setembro/2015

 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 20:57

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