Invento as lágrimas da solidão
Sobre o papel amarrotado da paixão,
O significado da morte esvaece-se no corpo de um sonâmbulo,
O mar que desenhei no teu olhar…
Não existe mais,
Nem o mar,
Não existe mais,
Nem o teu olhar,
Invento as lágrimas da solidão
Antes do regresso da noite vestida de canção,
Perdeu-se nas palavras adversas, perdeu-se nas planícies submersas…
Dos jardins suspensos da madrugada,
Visivelmente cansado…
Inventar objectos estranhos como as lágrimas da solidão
Em combustão,
Sobre o papel amarrotado da paixão,
Visivelmente cansado,
Sem destino,
Sem uma mão,
Caneta…
Para escrever no coração da tristeza…
Este menino,
Visivelmente cansado,
Sem destino…
Dorme docemente na sombra do abismo.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 8 de Outubro de 2015