(Liberdade para todos os Presos Políticos em Angola)
Não acredito no amor,
Porque “o amor é um gajo estranho” (Pop Dell`` Arte),
O amor é um cadáver deitado no vazio,
É um esqueleto de estanho,
Em cio,
No princípio da madrugada,
Com fastio,
Drogada,
Não acredito no amor,
Não acredito na alvorada,
Me mente,
E me ama…
Como uma enxada,
Desenhando nos Socalcos do Douro a paixão de quem manda,
O fuzilamento de mim
Abraçado ao teu cabelo,
Sentado,
Cansado…
Cansado deste jardim,
Me escondo de ti,
E tenho saudades tuas…
Escrevo, rasco o que escrevo…
E nem devia,
E não devo…
Escrever o que sentia,
Esquecer o que me rodeia…
Nesta aldeia,
Neste cubículo de quem semeia…
O amor que não acredito,
Paro,
Escuto e grito,
“Liberdade para os presos Políticos de Angola”,
Foda-se,
A prisão
E as ditaduras,
O medo,
O medo e todas as esculturas,
Os ditadores,
Os impostores…
Agachados nos meus berços.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 11 de Outubro de 2015