Tenho medo dos tentáculos teus beijos
Quando demora a regressar o entardecer
Quando cai a chuva sobre o teu corpo
Tenho medo do teu silêncio nas palavras de esquecer
Quando a madrugada existe apenas para nos atormentar
Enrolas-te em mim
Finges que lês as minhas mãos
E voas em direcção ao mar
Fico só
Nesta escuridão de amar
Fico só
Neste esconderijo sonolento
Abraçado às abelhas do amanhecer
Fico só
E tenho medo
Dos tentáculos teus beijos
Que só a morte consegue perceber…
E o desejo desenhar no pavimento térreo da solidão
Francisco Luís Fontinha – Alijó
quinta-feira, 19 de Novembro de 2015