Confuso
No cansaço da tristeza
Difuso
Insolente
Confuso e doente
No cansaço da beleza
O dia parte
Sem se despedir de mim
Como sempre
Todos partem…
E ninguém… até amanhã camarada
Ou amigo
Esta cambada…!
Era mais feliz se fosse sem-abrigo
E não tivesse madrugada
E cama para dormir
Para quê?
Para depois de acordar ter de fugir?
Não…
Confuso
No cansaço da mesquinhez alheia
Escondo-me na aldeia
E finjo-me de morto
Assim sou feliz
Assim…
O dia parte
Como sempre
A desilusão de adormecer
Sem perceber
Porque choram as gaivotas à minha porta
E um sem-abrigo tem porta?
Não tenho número de policia
Nome de rua
Sou Ateu
E confuso
Assim…
Um “Cabrão” desqualificado…
Porque estou confuso
E cansado.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
terça-feira, 15 de Dezembro de 2015