Os dias contados
Como cêntimos embalsamados na mão do cansaço
A triste avenida despida
Descendo a Calçada rumo ao infinito rochedo do medo
O calendário suspenso na parede triste da cozinha
Anunciando palavras em papel
E palavras de papel
Sozinha
A avenida empolgada
Iluminada
Que nem eu consigo encontrar o caminho
Do deserto
Incerto
De eu menino…
Os dias contados
Como cêntimos de brincar
Na algibeira do desejo
Regressam os lábios
Regressa o beijo
E a avenida perdida
No centro da cidade de vidro
Os dias engolindo versos
E poesia
Procurando um corpo simples
Sem memória
Nem estória… para habitar o meu esqueleto desventrado…
Francisco Luís Fontinha – Alijó
sexta-feira, 1 de Janeiro de 2016