Flutuo sobre os lábios cinzentos da sombra,
Sinto a ferrugem da saudade a entranhar-se nos meus ossos,
Pareço uma velha peça de aço no interior de uma qualquer sucata…
Esperando o embarque,
Alicerço-me aos braços da solidão
Como se eu fosse uma estátua em granito
Tombada no chão,
Esqueço-me da noite e do luar,
Esqueço-me do dia e da majestosa manhã junto ao mar,
Flutuo…
Invento coisas com pedaços de papel
E sorrisos escondidos na penumbra madrugada,
Invento coisas com pedaços de papel
E Invernos desgostosos que nunca mais acabam…
Como o meu corpo desaparece
Quando abro a janela…
E a saudade desembarca no meu peito.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
quinta-feira, 14 de Janeiro de 2016