O segredo,
O meu segredo,
As palavras engasgadas no silêncio,
O medo,
O medo de amar não amando,
O medo da paixão…
Não desejando,
Este infeliz transeunte abandonado,
Abandonando o poema,
Fugindo dos desenhos construídos na escuridão,
O medo,
O medo da solidão,
Todas as noites,
Cai o cortinado sobre as pálpebras da tristeza,
Invento certezas,
Invento sofrimento nas amoreiras dos teus lábios,
Porque sinto,
Porque minto
Amar-te,
Não te amando,
E não te querendo,
Hoje,
Amanhã…
Logo à noite,
Logo à noite talvez,
O infeliz petiz
Galgando as amarras do prazer,
O clitóris da sinfonia floridas dos cardos
Cospem metáforas, calçadas e sorrisos,
O segredo,
O meu segredo,
O nosso segredo… morto junto ao rio.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
terça-feira, 19 de Janeiro de 2016