O vento que passa
E leva com ele a madrugada
O peso das árvores sobre o sorriso da solidão
Um livro assa
Na fogueira do teu coração
Quando a manhã acorda cansada,
O vento que passa
E traz a mim a insónia dos corredores
Preciso de espaço para saborear o beijo
E libertar-me da maça
Que lapida os meus ossos como flores
E me leva o desejo,
O vento que passa
E transforma a liberdade em melancolia
O sorriso da fera acorrentada
E se enlaça
No acordar do dia
Como uma montanha apressada…
Francisco Luís Fontinha
quinta-feira, 28 de Abril de 2016