Não tenho fome,
Mas comia todas as palavras
Se a noite me deixasse…
Este terraço sem nome
Que as estrelas absorvem,
E levitam como se fosse um pássaro desnorteado,
Confuso, não, não tenho fome,
Nem me ausento do teu amar.
Não tenho fome nem sinto o madrugar,
Tenho sobre os ombros o silêncio deste telhado
Com vista para o mar,
Tenho no olhar o sangue de chorar,
Nas mãos a amargura de viver…
Não, não tenho fome,
Nem vaidade
Ou vontade de escrever.
Francisco Luís Fontinha
terça-feira, 10 de Maio de 2016