Amanhã não estarei nos teus braços
Amanhã vou ser um sonâmbulo invisível
Passeando no jardim dos pecados
O meu corpo transformar-se-á em gaivota
Coisa pouca para os tempos que correm
Poderia ser um avião
Sem motor
Ou um barco sem quilha…
Com uma bandeira colorida
Amanhã não estarei nas tuas palavras
Que incendeias antes de eu acordar
O dia terminará com a minha ausência
E o destino adormecerá nas clarabóias do sofrimento
Levante-se o Réu…
E eu
Eu levanto-me dos teus braços
Escrevo o meu nome na parede da saudade…
E vou esperar pela sentença
Como um condenado ao prazer
Antes de adormecer…
Francisco Luís Fontinha
segunda-feira, 6 de Junho de 2016