O meu corpo sente
Os teus lábios carnívoros
Desenhando marés de medo
E palavras de silêncio,
O meu corpo sente
As tuas mãos de xisto
Transportando um rio no sorriso
Antes de terminar o dia,
O meu corpo sente
A noite menina
Deitada na praia…
Deitada na ria…
O meu corpo sente
A despedida
De um relógio de bolso…
Quando a cidade adormece,
O meu corpo sente
E estremece
Quando o teu cabelo aprisiona o luar…
E nada pertence à saudade…
O meu corpo sente
As sílabas do poema
Quando a madrugada se despede da cama…
E o meu corpo,
Ausente
Sente.
Francisco Luís Fontinha
segunda-feira, 1 de Agosto de 2016