Terra salgada,
esta,
onde escrevo,
e habito desordenadamente só…
terra de encantos,
e mortos,
palavras que o vento enrola,
palavras sós,
palavras soltas e livres,
terra de sofrimentos,
e esqueletos prateados pela geada…
terra salgada,
esta,
onde escrevo o teu nome…
sem nome,
nunca tiveste um nome,
apenas palavras dispersas,
palavras cambaleando na noite,
agreste,
fria,
a gente se enfurece,
a gente protesta…
e esta terra…
esta…
terra salgada,
triste ao luar,
alegre na madrugada,
esta terra merece…
um nome,
um beijo com nome…
terra salgada,
Agosto em raiva,
quase Setembro à porta…
e
e esta,
terra salgada…
chora.
Francisco Luís Fontinha
quinta-feira, 18 de Agosto de 2016