Não sinto o odor
das pedras onde te deitas
e dormes,
não sinto a dor
quando as tuas mãos melódicas
me tocam e envenenam,
não sinto o amor
que habita no teu peito
rompendo a alegria da madrugada,
não sinto a cor
do teu olhar
quando desce a noite nos teus lábios…
e uma película de mar,
não sinto o suor
das plantas do meu abismo
quando o silêncio envelhece no teu corpo…
e um poema morre no veleiro sem navegar.
Francisco Luís Fontinha
sexta-feira, 23 de Setembro de 2016