minha vida vagabunda
quando mergulhada em madrugadas doentes
umas vezes desapareço no cacimbo corpuscular…
outras sem vontade de navegar
entranho-me na noite imunda
com candeeiros de platina
nesta alma cansada
oiço nas tuas palavras o mar
e o silêncio nos dentes…
que encantam a minha triste sina,
não me peçam para escrever
as palavras do vento,
são ásperas, sonoras e inventadas pela sombra do luar…
sinto no corpo o vergar
das estrelas sobre o meu peito de sofrer
quando o sentimento de amar
quer ver-me morrer…
Francisco Luís Fontinha
30-11-2016