Regressei aos teus braços monótonos da infidelidade do desejo
Regressei às rochas e rochedos do teu sorriso
Apenas por esta noite…
Invento máscaras
Invento o sono antes do pôr-do-sol
E na ausência das coisas perfeitas…
Finjo viver no teu coração
Só
Só quando acordar o amanhecer
As minhas mãos abraçar-te-ão como uma jangada sem vida
Acorrentada à sonâmbula maré da solidão
Regressei
Meu amor
Aos teus braços frígidos no cansaço da noite
A carta escrita enviada à tua morada
Um número insignificante perdido na cidade
Como a morte
Sempre à espera do teu corpo
Meu amor…
Francisco Luís Fontinha
31/12/16