Este silêncio que me mata,
Este corpo de lata,
Que habita indecentemente na tua mão,
Este corpo camuflado pela tristeza,
Quando o meu olhar alcança tão altiva beleza,
Este corpo que pesa,
E não serve para nada,
Este corpo sofrido e filho da madrugada,
Quando as aventuras se desenham no amanhecer…
As tonturas,
Nas palavras de escrever,
Este corpo que estorva,
E trás consigo a solidão,
Trova…
Passeio sem destino na carruagem do sofrimento,
Este corpo sem alento,
Descendo pedras e calhaus desagradados…
Soldados,
Que abatem este corpo com dignidade…
Este corpo que pertence à cidade.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 21 de Julho de 2017