Pergunto aos defuntos cigarros meus onde está o vazio,
Esta simples forma de viver acorrentado à cidade adormecida,
A doença aproxima-se,
Esconde-se no fumo,
E desaparece na madrugada,
O corpo range,
Evapora-se na tridimensional poesia da tarde,
O livro morre,
De tanto viver a saudade,
Pergunto-me… porquê?
Naves espaciais poisadas no meu quintal,
Homens pequenos,
Fumam cigarros emagrecidos pela geada,
Apetece-me fugir com eles,
Libertar-me destas correntes de aço,
E nunca mais regressar aos teus braços.
Defuntos cigarros,
Nas mãos calejadas pela caneta…
Palavras enroladas no vento…
Palavras mortas na noite.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 31 de Julho de 2017