Perguntei ao flamingo se reconhecia a minha voz,
Escrevi-lhe bilhetes de infância sonorizados com nuvens envergonhadas,
Senti nele a tristeza das horas junto ao rio,
Permiti-me abraçá-lo, permiti-me acariciá-lo…
E daí nasceu um poema, palavras dispersas na madrugada por nascer,
Morreram os poemas, morreram as palavras…
Morreram os flamingos amigos do flamingo,
E, e eu fiquei só,
Tão só como as noites de Inverno.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 2 de Agosto de 2017