Vai até à escuridão dos dias falidos,
Vai, corre enquanto a noite não regressa e te leve…
Vai até ao rio ver as gaivotas,
Os candeeiros devolutos abraçados aos barcos ancorados,
Vai, vai até à maré e finge que está tudo bem,
Está sol,
Tens as minhas palavras na mão…
Vai, vai até à revolta dos meninos que brincam na rua,
E nunca digas que estás triste,
E nunca digas que amanhã não estás cá…
Vai…
Vai e volta quando te apetecer regressar…
Mas nunca digas não.
Vai…
Vai e abraça-me,
Até que a saudade nos separe.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 6 de Agosto de 2017