O sono utópico na displicência da ignorância,
Cansaço, muito, agreste e triste,
Triste e alegre do cansaço absorvido no dia sem fim…
Conto os segundos, conto os minutos… e perco-me nas horas mortas, sem destino, nas palavras, e, e nas searas envergonhadas,
Desconfio que fui atropelado por um poema sem nexo, idade… ou cidade,
Dispo a farda, poisa a arma de papel sobre a secretária, pego novamente na arma e disparo… e sinto a cabeça cravada no espelho do quarto,
Estou parvo, hoje, cansado, hoje, farto das palavras, e farto dos livros,
Não sei o que te diga,
O sono,
O tédio,
Casa assombrada e a arder de febre,
E o sofrimento nas mãos…
(estou parvo, hoje, meu amor).
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 24 de Agosto de 2017