Hoje,
Só hoje,
O teu corpo dilacerado nas montanhas da insónia,
Mergulhado na planície do sofrimento,
Hoje,
Só hoje,
Os teus olhos comendo as lágrimas da madrugada,
Junto ao mar, hoje, só hoje…
Nas palavras de amar,
As tuas mãos enroladas no meu rosto,
Em pedra, frio como a tempestade…
De viver…
Hoje,
Só hoje,
Os barcos em busca da liberdade,
Quando os livros adormecem na tua mão,
E, no teu cabelo, uma andorinha… brinca, e, sofre…
Hoje,
Só hoje,
O teu coração sobre a mesa,
Quente,
Saltitante…
Como as serpentes do amor.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 10 de Março de 2018