Viver nos teus olhos, não o quero.
Viver embrulhado no poema, não o quero.
Viver vivendo apenas para viver… também não o quero.
Viver saltitando,
Correndo,
Descendo,
Subindo a Calçada da Tristeza, não, não o quero.
Escrever no teu corpo, desenhar nos teus lábios, não, não o quero.
Não o quero.
Pertencer aos livros ardidos.
Trazer-te a Lua, quando a solidão amanhece em ti, e sinto na tua mão o silêncio do desespero.
Não, não o quero.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 1 de Abril de 2018