Que sítio é este, onde me trazias lágrimas e palavras,
Ao final do dia,
Quando o meu corpo sentia,
A saudade desorganizada da fantasia,
Que corpo é este, onde me alimentavas a poesia,
E ao nascer do dia,
Uma gaivota apaixonada,
Me dizia…
Amanhã não serás nada,
Que amor é este, que trazes na lapela,
E afoguentas o Verão…
São palavras, senhora,
São vírgulas envenenadas pelo vento,
Que vem e vão…
Que silêncio é este, menina das tardes perdidas…
Entre rochedos e riachos, entre parêntesis e lâminas de incenso,
E lágrimas vendidas,
Numa qualquer feira, numa qualquer cidade,
Incendiada pelos teus seios, numa qualquer madrugada,
E searas.
Que triste, meu amor, as amoras selvagens,
Dormindo nos caminhos pedestres,
Descendo até ao rio…
Setadas na penumbra liberdade,
De um beijo amaldiçoado…
Na triste saudade,
Que sítio é este, meu amor desgovernado, triste e cansado…
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 05/08/2018