É noite, meu amor!
Sinto os teus braços entrelaçados no meu peito,
Um rochedo de saudade fundeado em mim,
Onde o peso da tristeza voa sobre o meu quarto abandonado pelas flores,
Sofrimento, a dor da fórmula matemática sem resolução,
Como a morte,
Ao final da tarde,
Os insectos poisados no teu corpo espelhado pelo nascer do sol…
É noite, meu amor!
Todos os dias são dias de insónia,
Tortura,
Desespero sombrio das cavernas habitadas por húmidas ardósias de espuma,
Desço o rio,
Mergulho nos teus lábios de poema adormecido,
O louco,
Adormecido,
É noite, meu amor!
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 16/09/2018