Oiço-te.
Penso nas tuas sílabas quando poisam nos meus lábios,
Oiço-te, a cada madrugada, a cada hora passada,
Quando eu deitado, na esplanada encerrada,
Descanso de pessoal,
E, no final do dia, as palavras embriagadas,
Quebram o teu silêncio,
Como uma fechadura,
Pobre,
Nua,
Oiço-te.
Na vanguarda da noite,
Carregado de cartazes,
Lutando contigo,
Lutando…
Até que um dia, novamente,
Perderemos a guerra,
Já o senti,
Já o vivi,
Mas hoje,
Hoje tenho o prazer de te ouvir.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
26/03/2019