O amor é uma merda.
No coração não temos nada,
Nem melodia, nem palavras, nem uma simples canção…
Quando acorda a madrugada.
O coração não ama, não chora,
O coração é uma máquina, uma bomba, nada mais do que isso.
Ninguém está no coração de ninguém,
Nem as palavras, nem as almas penadas…
O amor é uma merda,
Complexa,
Como os rochedos da floresta.
Será o amor uma equação diferencial?
O esforço transverso?
O momento flector?
Ou será o amor apenas uma pequena flor,
Na lapela de um qualquer caderno quadriculado…
Tudo isso, é nada.
A paixão é como a sombra das minhas bananeiras,
Ou como o sumo das minhas tâmaras…
Azedas,
Tristes,
Como a alvorada.
Poderá um petroleiro ser amor?
Uma jangada sem destino,
Em direcção ao abismo?
E o coração?
Uma máquina, apenas, nada mais do que isso.
O amor é uma merda,
Como todas as flores do teu jardim,
Feias,
Raquíticas…
Anormais.
Será o amor uma equação trigonométrica?
Do tipo:
O co-seno ao quadrado do amor mais o seno ao quadrado do amor é igual a um…
Pronto.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
16/04/2019