Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

16
Jan 20

A fragilidade do corpo embrulhada no sono,

O cansaço das palavras, inertes, mortas,

Nas páginas sonâmbulas da tristeza,

O vento chora,

Traz a chuva,

Vai embora.

 

Todo o silêncio é pouco,

Quando os farrapos da saudade,

Envelhecem na escuridão,

 

A metáfora,

O sorriso das plantas,

Junto ao mar,

 

E inventam-se rosas em papel,

Comestíveis, às vezes, quando a fome é invisível,

Descendo o rio,

Saltando a ponte metálica,

Em direcção ao Sol,

Em direcção ao abismo.

 

Não quero pertencer a este conflito de interesses,

Caixas em cartão,

Revoltadas contra a geada,

A chuva, miudinha, perde-se na calçada.

E, no entanto,

Estou aqui,

Esperando o regresso das lâminas lágrimas,

Como se fossem balas de raiva, contra as paredes de xisto.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

16/01/2020

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:08

Janeiro 2020
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

13
17
18

21
23

27
28
30


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds
Posts mais comentados
mais sobre mim
pesquisar
 
blogs SAPO