(para ti)
Dos beijos das sílabas
As palavras que acordam em mim,
Fluem as vogais dentro dos meus olhos cansados
Na sombra dos plátanos sentados no jardim,
Abraço-me ao rio que corre para o mar
E deito-me nos socalcos do amanhecer,
O meu corpo começa a navegar
Nas palavras que acabam de morrer,
Dos beijos das sílabas
As palavras em sorriso de pétala,
O poema evapora-se na madrugada distante
E a gaivota que fala
À gaivota que voa…
Da gaivota pensante,
Ai os beijos das sílabas à toa
Quando a gaivota que voa abraça-se à gaivota amante!