A colmeia de ossos perdida na montanha,
As flores florescentes que iluminam a noite,
E escrevem no meu corpo o poema,
Palavras,
Malditas palavras na boca do inferno,
A ribeira, simples lareira junto ao mar,
Descem as caravelas,
Sobem os braços dos náufragos,
Marinheiros dos esqueletos putrificados,
As candeias nocturnas do Adeus,
O amor,
Amo-te?
Nunca o saberei,
O que é o amor?
Uma vaca que voa…
Ao cair a noite!
O papel amarrotado do teu olhar,
Quando as estrelas se suicidam nos teus lábios,
Nunca amarei uma pedra…
Quando ela me abraça,
Beija…
Nas sombras dos holofotes de néon,
O dia límpido,
A neblina dos teus seios iluminados na floresta,
Ouves-me?
Amas-me?
Como uma pedra,
Descalça,
Sem palavras,
Ao final da tarde.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 26 de Maio de 2018