Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

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Out 11

O infeliz quando se imprime

No espelho da noite,

Eu abraçado aos cobertores da insónia

À procura de uma janela,

 

Saltar

 

E de baraços escancarados…

Voar

Entre a luz da solidão

E o azul do mar,

Cerrar os olhos eternamente

E adormecer debaixo do xisto da montanha,

O infeliz que sou infelizmente

E se imprime no espelho da noite,

 

Saltar

 

E enquanto o meu corpo vacila

E toca na copa das árvores,

E enquanto uma gaivota se alicerça

Às minhas pernas de sono,

 

As estrelas abraçam-me,

E todas me beijam,

 

Saltar

 

E cair no silêncio de um lençol

Poisado sobre as chávenas do pequeno-almoço,

E do relógio esquecido e sem alimento

Que na parede adormece,

 

A saudade

 

As estrelas abraçam-me,

E todas me beijam,

 

Eu,

O infeliz quando se imprime

No espelho da noite,

O infeliz que sou infelizmente…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:52

Outubro 2011
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