Há um rio que se esconde no meu peito
Há montanhas no meu olhar
Há o mar de Luanda sem jeito
Que acorrenta o meu corpo ao luar,
Há a cidade onde poisa o meu sofrimento
Nas ruas escancaradas e sonâmbulas do anoitecer
Há flores engasgadas na garganta do vento
Das palavras que não quero escrever,
Há um rio que se esconde no meu peito
Há um poema por fazer
Uma dor alicerçada ao sonho desfeito
Na madrugada a crescer…