(desenho de Luís Fontinha/MiLove)
(À Sara)
O poema
Alimenta-se nos teus seios de seda
E mergulha no teu peito
Em sílabas de prazer,
(A dor
Desce momentaneamente
Até aos alicerces dos teus lábios
E uma pétala de rosa cresce na tua mão)
O poema
Dilui-se na água fria da ribeira
E o teu corpo um caule de silêncios de mel
Nas ombreiras da manhã,
O poema escreve-se e deseja-se
E a palavra amo-te suspensa nos teus seios de seda
E mergulha no teu peito
Em sílabas de prazer,
(Olho-te
Nos lençóis da minha pele
E sinto o teu cabelo loiro
Nos silêncios de mel)
O poema enrola-se no teu corpo
E escrevo nele
(Um caule de silêncios de mel
Nas ombreiras da manhã)
E das palavras que transpiram
O poema deseja-se e deseja-te…
(como eu
Te desejo,
Um caule de silêncios de mel
Nas ombreiras da manhã).