Caiem as maçãs do meu quintal
E tombam como os lábios da manhã
Sobre o céu envergonhado,
E o pavimento térreo as come
Quando o mar em revolta
Se mistura no sorriso de uma gaivota,
Caiem as maçãs
E nos meus braços de cetim
Esconde-se a neblina da noite…
O meu corpo funde-se na sombra de um veleiro
À espera do vento,
E que o leva para longe,
Caiem as maçãs do meu quintal
E tombam como os lábios da manhã,
E enquanto converso com os sonhos
Sinto as maçãs tombarem,
(oiço-lhes os gemidos de Ais e Uis
E pedacinhos de lágrima vêm à minha mão)
E enquanto converso com os sonhos
Sinto as maçãs chorarem
Sobre o pavimento térreo
Do meu quintal…