Os pedacinhos de amêndoa
Que a tua voz semeia nas arcadas da noite,
Quero sorrir
E um rio prende-me os braços ao mar,
Quero beijar-te
E a maré esconde-se no pôr-do-sol,
A areia seminua dança nas tuas mãos…
E há sempre uma gaivota proibida de voar,
Os pedacinhos de amêndoa
Começam a chorar,
E as gotinhas de silêncio da tua voz…
Descem pela manhã para me abraçar,
Dos teus lábios emergem papagaios de papel
Que um menino aprisiona na mão triste e cansada,
Nos teus lábios suspensos em mel,
Os pedacinhos de amêndoa da tua voz à janela da madrugada.