Meu deus
Que deixas as minhas mãos em sangue
E nos meus lábios alimentas
As palavras de revolta,
A minha boca em gritos esparsos
E da minha cabeça um plátano suspenso
E os meus gritos na sombra
Cruzam-se com a madrugada.
Meu deus
Como admiro a tua arrogância
A tua forma de me tratar…
E em tantos milhões de seres
A mim me escolhes para sofrer.
Meu deus
Que deixas as minhas mãos em sangue
E o meu corpo feito em pedacinhos
E quando passo na rua
A humilhação de ser o que sou.
Meu deus
Como admiro a tua arrogância…
Podia chamar-te todos os nomes,
Podia dizer-te que quero que tu te…
Mas simplesmente te ignoro.
Mas simplesmente quero que tu te…
Luís Fontinha
24 de Março de 2011
Alijó