Desenho-te numa tela
E dos solstícios de cores
A minha mão perde-se no cabelo das árvores
E um pássaro adormece sobre ti,
Desenho-te numa tela
Noite que desce pela chaminé
E adormece junto à lareira extinta…
Um livro fecha-se
E as palavras enterram-se no meu pescoço,
E o meu corpo deixa de fazer sentido,
E no meu corpo uma âncora
Suspensa à maré,
No meu corpo escrevem-se sílabas desassossegadas,
Aos meus olhos regressa a saudade
E a fogueira que se extinguiu na lareia
Atada aos pedaços de pele…
E a minha pele começa a voar,
Os grãos de areia em círculos sobre o mar
Que na noite desce pela chaminé
E extingue a fogueira da saudade…