Francisco – submerso na chuva da manhã,
Uma jangada de papel
À espera da noite para zarpar…
Rumo ao infinito,
E quando chega a noite,
(A jangada de papel
Na garganta da tempestade)
Nos holofotes do cansaço
As árvores contra o muro de vedação do templo…
E um cigano às escuras,
Um cigano escondido dentro do templo
Vende cigarros,
E o templo tomba e arrasta a jangada de papel,
A vida dele é uma mentira
Abraçada aos pingos da chuva,
Francisco – submerso na chuva da manhã,
Rumo ao infinito…
Numa jangada de papel.