Eles saem-me da mão como se fossem silêncios de vento
Sobre as pétalas doiradas da manhã
Percorrem cada milímetro da finíssima folha de papel
Poisada sobre a areia
Eles saem-me
E ganham forma na geometria do pôr-do-sol
Começo a ver o rosto disforme entre a janela
E o cortinado da noite
Os olhos
A boca
O sorriso abraçado às oliveiras selvagens
E dos riscos que saem da minha mão
As pétalas doiradas da manhã
Nos silêncios de vento
Quando rompem o mar
E perdem-se debaixo da maré…