Também eu queria ser o mar
E na minha garganta
Engolir os barcos solitários
Também eu
Queria ser o mar
E comer as manhãs quando acordam
E as que se esquecem de acordar
Deixava de haver manhã
E a noite
Sempre acordada
Sempre noite
Nos teus braços
Também eu queria ser o mar
E alimentar-me das tuas mandibulas
Ser o mar
Também eu sofro nas tuas ondas
Sempre noite
Sempre acordada
Nos teus braços
O mar travestido de noite
E à noite a minha janela fecha-se
E os barcos entram em mim…
E na minha garganta
Extinguem-se os barcos solitários