Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

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Nov 11

Nem sei como começar, Pelo princípio Rapaz pelo princípio, então é assim e nem sei como devo tratar-te, deixa lá o tratamento Rapaz o tratamento não importa o importante é o que tu tens para me dizer, e tanta coisa que tenho, então começa, meu deus ou simplesmente deus ou amigo?, isso não importa, está bem Meu deus às vezes fico sem perceber a razão da tua existência, Como assim Rapaz?, Não sei… é tudo tão estranho…, continua, quando penso fico com a sensação que existes apenas para te divertires à nossa custa, Estás a ser injusto Francisco Não é verdade o que afirmas, está bem Desculpa, mas é tudo tão estranho, Estranho?, Sim estranho Repara Desculpe Repare quando penso em si parece que desde que nasci nunca quis saber de mim Nunca e que nunca está ao meu lado Nunca e que eu não sei explicar mas é tudo tão estranho meu amigo Tão estranho e Desculpe-me mas parece que nunca quis saber de mim.

 

Muito injusto Francisco Muito injusto E quando estiveste a morrer quando eras bebé quem julgas que te segurou na mão e não deixou que vacilasses, Porquê Porque não me deixaste morrer?, Porque Rapaz a minha função não é salvar nem matar A minha função é segurar na mão de quem sofre e acompanhá-la, Só isso? E achas pouco?, Parece-me pouco!

 

Às vezes acredito que está sentado num trono de oiro a olhar-nos A divertir-se à nossa custa e a contar as estrelas do céu, E voltando à nossa conversa Quem pensas que esteve ao teu lado quando mais precisaste E já sei que me vais responder, Os meus pais, E só eles?, que eu saiba Só, E eu? Acreditas que nunca estive ao teu lado?, Sim acredito, Mas não é verdade Sempre estive ao teu lado Sempre, É tudo tão estranho… meu Amigo.

 

Parece-me que a missão dos seres vivos é continuarem a vida para que você sentado num trono de oiro possa olhar-nos e divertir-se à nossa custa e a contar as estrelas do céu, porque se não for assim qual é o sentido de Nascer Crescer Morrer?

 

Nem sei como começar, Pelo princípio Rapaz pelo princípio, então é assim e nem sei como devo tratar-te, deixa lá o tratamento Rapaz o tratamento não importa o importante é o que tens para me dizer, e tanta coisa que tenho para lhe dize que cruzo os braços e finjo que não acredito em si…

 

(texto de ficção)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 17:09

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